
Estudo indica que a desconfiança exacerbada dos líderes em relação à produtividade dos funcionários que atuam à distância gera ansiedade.
Segundo levantamento do jornal The New York Times, dez dos maiores empregadores dos Estados Unidos usam software de tracking para monitorar a produção dos funcionários. Grandes nomes corporativos estão dando declarações que parecem refletir o passado, como Elon Musk sobre seus funcionários no Twitter (“Vão fingir que estão trabalhando em outro lugar”, frase dita antes do anúncio do fechamento de escritórios da companhia e da volta de equipes ao home office).
“Quando sua missão, visão e estratégia de negócios são claras e quando você contrata as pessoas certas, o maior desafio é empregar um senso de confiança e responsabilidade na cultura de sua empresa”, diz a VOCÊ RH Clara Angelina Diaz-Anderson, consultora, coach de lideranças executivas e professora de desenvolvimento profissional da Universidade Harvard. “Quando você tem tudo isso, os funcionários sentem como se pertencessem à empresa. Pesquisas mostram que a produtividade e a boa performance se mantêm, mesmo que os líderes não estejam observando seus funcionários. É possível confiar nas pessoas. O maior desafio é moldar a cultura da companhia e fomentar o pertencimento, que são grandes responsáveis por reter funcionários por motivos que vão além de apenas um bom salário.”
Independentemente da presença no escritório, o líder precisa estar disponível para redesenhar caminhos ao longo da jornada de cada um da equipe — e reconsiderar formas de trabalho, se for o caso —, além de ajudar a estabelecer prioridades, para dar mais clareza do que deve ser feito.
CRISE DE CONFIANÇA
Pesquisa da empresa de software Express VPN com 2 mil empregadores e 2 mil funcionários nos Estados Unidos mostra que a desconfiança dos lideres em relação à produtividade pode aumentar os casos de estresse e ansiedade nas equipes, e colocar em risco o vínculo delas com o trabalho
A VISÃO DOS LÍDERES
74% dizem que o trabalho remoto faz com que sintam uma perda de controle sobre a equipe.
69% ficam apreensivos por não poder observar os funcionários presencialmente.
59% não acreditam que os liderados possam trabalhar sem uma supervisão presencial.
A VISÃO DOS LIDERADOS
59% dos funcionários sentem estresse e ansiedade com o monitoramento digital feitos pelos empregadores.
48% estariam dispostos a ganhar menos se isso significasse não se submeter à vigilância – um em cada quatro profissionais aceitaria uma redução de 25%.
43% consideram que o monitoramento é uma quebra de confiança na relação com o empregador.
38% sentem mais pressão para estar ativamente online do que para realmente produzir.
Fonte: VOCÊ RH (https://vocerh.abril.com.br/)